Funcionalismo

Embrapa Clima Temperado já perdeu 63 funcionários após PDV

Maior parte das saídas são em áreas de apoio a pesquisas; orçamento de 2020 ainda é incerto

Divulgação -

Sessenta e três funcionários (22,5%) já pediram demissão da Embrapa Clima Temperado dentro do Plano de Demissão Incentivada (PDI) lançado pelo governo federal no ano passado. As saídas afetam principalmente as áreas de apoio às pesquisas, focadas na área agropecuária. Em todo o Brasil, o programa pretende desligar até 1,3 mil funcionários com o argumento de reduzir os custos com a folha de pagamento.

De acordo com o chefe-geral da unidade Embrapa Clima Temperado, Roberto Pedroso de Oliveira, a situação não deve afetar as pesquisas realizadas aqui, pois soluções serão buscadas e implementada. De um total de 280 funcionários, indica, 86 são pesquisadores e na sua maioria doutores nas suas áreas de atuação. A unidade é responsável por três estações experimentais: Terras Baixas, em Capão do Leão; Cascata, em Pelotas, e Canoinhas, em Canoinhas, Santa Catarina.

Antes das demissões voluntárias, eram 343. As saídas representam uma redução de aproximadamente 18% no quadro geral. Entre os que anunciaram a decisão, sete eram pesquisadores.

Dificuldades iminentes

O representante local do Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Instituições de Pesquisa Agropecuária e Florestal (Sinpaf), Júlio Bicca, fala que as demissões, mesmo que voluntárias, devem afetar serviços prestados pela Embrapa. "Hoje o quadro de apoio é quase inexistente. Há projetos com dificuldade de continuar e o governo não realiza concurso e já se mostrou contrário a pesquisas", argumenta.

O setor de apoio é responsável, por exemplo, por lavouras, por colher materiais no campo, o que deve impactar o serviço executado por pesquisadores. Segundo ele, o trabalho desenvolvido pelas unidades locais afeta todo o setor produtivo, do pequeno produtor ao agronegócio.

Pesquisas devem ser mantidas

"Apesar da saída dos funcionários, todas as atividades de pesquisa foram mantidas. O problema maior se dá na área de apoio à condução das pesquisas, tendo sido prejudicado o andamento das atividades de rotina no campo e nos laboratórios", explica o chefe local, que não informou quais as áreas de atuação destes pesquisadores e também não confirma o possível fechamento de alguma das sedes.

Roberto também projeta um ano de reestruturação e com mudanças profundas na empresa, considerada uma das estatais mais importantes no suporte ao setor agropecuário e de produção rural brasileira.

Orçamento incerto

Sobre o orçamento disponível para este ano, Roberto informa que os valores ainda são incertos. "Em 2019, o orçamento da Embrapa Clima Temperado foi de R$ 5 milhões para despesas fixas e R$ 3,3 milhões para atividades de pesquisas. Para 2020 podem ocorrer cortes, mas os valores ainda são incertos", conclui.

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